Baseado no poema: História
da unha do dedão do pé, de Manoel de Barros, o vídeo em desenho
animado: Histórias da unha do dedão do pé do fim do mundo dirigido
por Evandro Salles e Márcia Roth, traz uma animação bastante envolvente que
apesar de pequeno e simples, consegue tocar o leitor/expectador de qualquer
idade, contribuindo para o repensar da função da escrita e suas infinitas
possibilidades.
De forma lúdica e criativa,
Evandro Salles e Márcia Roth sugerem ao leitor uma viagem ao reencontro com o
mundo da infância, nitidamente descritas, por meio das conversas do autor com
sua mãe, bem como os sonhos e as imaginações das crianças que viam, no mundo da
fantasia, as possibilidades de viverem situações impossíveis na sua realidade.
Ao mergulhar na história contada na animação, o leitor (expectador) tende a
resgatar a infância perdida ou mesmo esquecida no cenário da sociedade atual.
Manoel de Barros mostra em seu
poema, a relação que ele tinha com as letras, as palavras, os significados,
enfim, com a imaginação. Tanto o poema como o vídeo podem ser usados,
principalmente, na Educação Infantil, sinalizando possibilidades de letramento
entre este público. A animação do poema mostra a pureza das coisas, a leveza e
a delicadeza presente na vidas das crianças, e esta semelhança entre o poema e
as crianças, desperta também nos educadores a possibilidade de trabalhar “‘História
da unha do dedão do pé’ do fim do mundo”,em sala de aula, sensibilizando os
alunos sobre este gênero tão pouco explorado em ambientes escolares nos dias
atuais, onde a tecnologia invade, sem pedir licença, o coração e a mente de
nossas crianças.
Seus versos descrevem a escrita e
as palavras por meio de imagens. Manoel de Barros afirma que “Escrever é como
levar água na peneira” levando-nos a perceber a infinidade de possibilidades da
escrita. O poema pode agradar tanto adultos como crianças visto que em qualquer
idade podemos viajar no mundo da imaginação e se apaixonar pelas letras e pelas
palavras, pois como o próprio autor menciona em seus versos, “O tamanho das
coisas a de ser medido com a intimidade que temos com tais coisas”. Assim,
quanto mais cedo a criança tiver contato com o mundo da leitura e da escrita,
mais precocemente será letrada.
O poeta, faz-nos “um convite ao
desprendimento, um convite à lógica, às situações livres e até absurdas - “sem
pé nem cabeça”, e por fim, um convite a realizar coisas que só a inocência das
crianças nos permitem. Que tal vestirmo-nos do espírito infantil e gozarmos
dessa deliciosa viagem que o autor nos propõe? Afinal, somente quem nunca foi
criança, pode renegar esse convite. Ao mergulhar nessa aventura o leitor irá
(re)viver os sonhos, as fantasias e as peripécias do mundo infantil
Rosa Luzia Ribeiro da Silva
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