quinta-feira, 5 de março de 2020

Mais um bronze






Com o texto: DOCES LEMBRANÇAS, ela me levou para a semifinal da Olimpíada de Língua portuguesa!
Ela escreveu memórias da sua mãe e foi a São Paulo representar nossa querida Anísio de Abreu e nosso Piauí e receber sua medalha de bronze na categoria Memorias Literárias.

Eis o seu texto:

Doces lembranças...
Minhas melhores e mais doces lembranças datam de pouco mais de 30 anos atrás, lembranças de que jamais quero me esquecer. Nasci num povoado chamado Caldeirãozinho e tive uma infância maravilhosa com brincadeiras saudáveis e muito divertidas. Panelada, Amarelinha, Bandeirinha...foram dias inesquecíveis aqueles! Porém, o mais emocionante era quando encontrávamos uma“jança” ou um pneu velho, corríamos campo a fora batendo um graveto na roda; Nossa, como era bom!
O Ki-suco com bolacha LILI era meu lanche preferido, minha boca se “lambuzava” com aquela delícia. Aos 8 anos de idade, mudei-me com a minha família para Anísio de Abreu -“A cidade”. Naquela época, Anísio era tão pequena quanto eu.

São tantas coisas, tantos fatos que chego a me emocionar com essas lembranças. E o pão do Seu Joaquim?! Ah!! Seu aroma era inconfundível! As tardes de hoje não têm mais nem o gosto e nem sabor daquelas de outrora. Aquele pão tinha sabor de infância! E o espetinho da Dona Zora e o “Sonho” da Inês!? Nossa! Deu até água na boca.
O tempo passou, e a adolescência chegou tão gostosa como a infância. Foi uma fase marcante: Cheia de amizades reais, e amores platônicos. Assim como na infância, um sabor marcou minha adolescência, e que sabor! Waffer com simba, comprado na bodega do Seu Vilaço - ela está lá até hoje. No recreio da escola fazíamos uma “vaquinha”, comprávamos e dividíamos sem nenhum egoísmo; sinto muita falta dessa cumplicidade que tínhamos. Anísio era pequena; três carros, uma farmácia, e poucas vendas. Falando nisso, uma em especial marcou minha vida, a venda do seu Zuza que ficava ao lado da Igreja Matriz; lá vendia muitos doces, todos organizados em uma boboniere que girava pelas mãos do seu Zuza, e logo, os docinhos iam parar em nossa bocas. Humm!
Na esquina ao lado havia o CCAA (Não! Não era uma escola de idiomas, mas o Clube Central de Anísio de Abreu) clube mais famoso da cidade, também, era o único. Ficava ali onde hoje é o Sebastian Bar. As maiores festas aconteciam lá, inclusive os vesperais ou matinês que eu participava, dançando Axé e música lenta internacional. Lembro da primeira vez que pisei meus pés ali. Quando o globo de luz começou a girar, o mundo era apenas aquele salão. Ah! Que saudade!
E por falar em música, lembrei-me da palhoça do Seu Mundinho. Era o “point da cidade, o melhor lugar para se ir. Todas as noites os mais jovens se reuniam lá para ouvir músicas, conversar e tomar montila com coca! Ô tempo bom!...
Da esquina os corpos esqueléticos das adolescentes já sassaricavam ao ritmo da lambada de Beto Barbosa ou ao som do "abre a rodinha" de Sara Jane.... O local era simples, porém bem acolhedor - bem típico de cidade interiorana. O barzinho ao fundo, abrigava algumas bebidas quentes distribuídas em prateleiras de madeira e um freezer que refrigerava a cerveja e os refrigerantes da época. Foi ali que experimentei pela primeira vez uma cuba (coca cola com montila e limão rsrsr) minha mae nem sonha que aprontei tantas peripecias naquele lugar!
O local não era nada muito luxuoso. Apenas, uma cobertura feita de palha dava jus ao nome. A mobília era simples: meia parede em volta que servia de bancos e mesas fixas feitas com troncos de madeira. Na verdade, não passava de um quintal improvisado, mas que foi cenário não apenas para as minhas peripécias, mas de uma geração inteira. Foi numa dessas idas e vindas à palhoça que paquerei pela primeira vez (risos).
 São tantas lembranças que chego a me emocionar. Foi tudo tão verdadeiro e intenso...
Seu Mundinho, o dono da palhoça e nosso cúmplice, foi testemunha ocular de tantos ocorridos, que nem sei se ele se lembra .
E os namoros na pracinha? Lembro-me que havia uma disputa dos casais de namorados para ocupar os banquinhos da praça, principalmente os mais escondidos pelas folhagens.
Se fechar meus olhos consigo ver cada detalhe daquela pracinha. Quanta saudade!
Como seria bom poder eternizar essas lembranças. Queria eu poder reviver tudo aquilo novamente e como seria bom se vocês também o pudessem viver!



VASCULHANDO MINHAS MEMÓRIAS...

 Há algum tempo me descobri “apaixonada.”  A paixão que aqui declaro, pertence a um gênero literário bastante incomum. Memórias – esse é o g...